Ontem fui assisitir o documentário "Uma noite em 67"e saí maravilhada, arrepiada, sob intensa emoção.Trata-se de uma fotografia dos festivais da MPB, na verdade um grande programa de televisão, que se transformou no maior acontecimento musical que se teve notícia no País.
Numa época onde a televisão ainda engatinhava e ainda não havia novelas, os musicais imperavam na programação das emissoras de então. A programação "ao vivo", onde o programa acontecia em tempo real, fazia toda a diferença em matéria de emoção, interação com o público e outros elementos que a TV de agora tenta reproduzir em realities e não consegue chegar aos pés da naturalidade e veracidade que acontecia naquelas transmissões sem edição.
Artistas e músicas dividiam torcidas acaloradas, cantores e intérpretes eram rotulados de mocinhos e bandidos, apresentadores precisavam driblar gafes inesperadas, enfim, todos os temperos necessários para garantir um IBOPE arrasador se faziam presentes. E mais... No caso do festival de 67, dividiam as torcidas, Roberto Carlos,Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Edu Lobo, Rita Lee e Gilberto Gil. Todos no começo de suas brilhantes carreiras, ou seja, lá estava "a nata" da música popular brasileira de todos os tempos.
E que categoria... O nível das músicas concorrentes era estarrecedor. No caso do festival de 67, dividia a massa "Alegria, alegria", "Roda viva", "Cantador", "Ponteio", "Domingo no parque", só para citar algumas. E foi tambem o ano da indiscritível "Violada no auditório"... Sim... O ano que ficou na história como a maior vaia dedicada à um artista, no caso, Sérgio Ricardo, o protagonista da atitude inesperada em que ante a maior demonstração de rejeição do público, reaje jogando o próprio violão em cima da platéia.
Enfim... Um ano para não se esquecer... Um ano em plena ditatura militar, em que florecia o melhor da sua constelação de artistas, de música e de expressão de arte.
Um filme obrigatório, delicioso de se ver.
Palavra da KIKI
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