quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Sete virtudes para exercitar em família

Olá amigas...

Tenho uma mania recorrente de guardar matérias, imagens ou textos que me tocam o coração.
Essa mania se estendeu agora ao WhatsApp, onde salvo alguns textos, fotos e até piadas!!!
De vez em quando releio, reorganizo, salvo outra vez ou deleto.
Revendo alguns guardados, me deparei com essa cronica da jornalista Isabel Clemente, de 2014, publicada na revista Época na qual era editora.
Num mundo cada vez mais corrido, cheio de distrações e demandas, muitas vezes nos esquecemos de exercitar virtudes que nos tornam seres humanos melhores.
Vale a pena pensar sobre isso e principalmente praticar cada vez mais, com nossas famílias, amigos e colaboradores.

Confira:





Difícil não é confessar pecados. Todos os cometemos.
Complicado é buscar incessantemente as virtudes que lhes servem de antítese, sobretudo no delicado convívio familiar.
A intimidade age como uma licença para mostrarmos o pior de nós.
Não precisa ser assim. Em 2014, eu desejo a todos nós a capacidade de exercitar sete virtudes que nos tornarão pais, filhos, irmãos, enfim, pessoas muito melhores.  Só que dá trabalho. Portanto, mãos à obra.



1. Otimismo
Essa é uma virtude obrigatória num lar com crianças. Sonhar é um verbo intransitivo para elas, que sonham e ponto. Ninguém as ensinou. Crianças acreditam sempre que tudo pode melhorar. Submetidas a maus tratos, perdoam seus algozes. Doentes, botam fé na cura. Pobres ao extremo, inventam brinquedos a partir do improvável. Até que as circunstâncias roubem delas essa virtude, crianças são por definição otimistas. Se você é responsável por um ser assim, precisa fazer de tudo para não cair na vala fácil da reclamação contumaz, da crítica destrutiva e da lamentação infértil. Em poucas palavras, tem que deixar de ser chato. Se você acha que o mundo vai acabar amanhã e adora esbravejar isso em alto e bom som, reveja seus conceitos e não desmereça o futuro. Há uma criança por perto ansiosa para chegar lá. Exercite com a ajuda dela, se preciso for, o otimismo que há em você.

2. Comedimento
Se você pensar no pecado capital da gula, vai achar que comedimento só serve para bom comportamento à mesa, só que não. Comedimento é a antítese do exagero, esteja ele no consumo voraz (de coisas e comidas), no trabalho em excesso, na atividade física extenuante e em tudo aquilo que só serve, no fundo no fundo, para restringir ao mínimo possível o convívio familiar. Se o objetivo declarado não for esse (fugir da família) e houver alguma chance de você se arrepender, por exemplo, de perder a infância do filho, é hora de tentar ser um pouco mais comedido.


3. Solidariedade
Taí uma virtude fácil de manifestar com desconhecidos. Somos solidários com vítimas de catástrofes naturais ou tragédias sociais. Redes de solidariedade surgem unindo estranhos em torno de estranhos no mundo todo. Mandamos cobertores para gente com frio lá no Japão onde teve terremoto. Bacana. É o lado altruísta da humanidade, mas é possível começar esse exercício de solidariedade em casa com quem mais precisa de você.
Solidariedade no mais amplo sentido da palavra envolve amparo, proteção, orientação e empatia, produtos que não se despacham pelos correios para vítimas de intempéries. Solidariedade familiar é pessoal e intransferível. Não pode ser terceirizada. Supõe a doação de algo muito mais importante do que seu dinheiro: o seu tempo.

4. Paciência
A mais difícil das virtudes. Costuma faltar tanto em episódios banais como em situações extremas, esteja você envolvido na educação de criancinhas ou quem sabe lidando com idosos teimosos. Filhos são diferentes e as exigências que partem deles também. Uns exigem demais dos pais, outros menos. Alguns pais se sentirão sugados por muito pouco, enquanto outros estarão sempre vivendo no limite da sanidade psicológica em função de demandas que nem eu nem você conseguimos imaginar agora. Quanto aos velhos, estaremos lidando com a pessoa que amamos desprovida do melhor de si: disposição, saúde e, não raro, capacidade de se perceber.
Eu sempre achei que as pessoas nasciam com uma determinada cota de paciência, o que explicaria a calma e a placidez de gente que parece nunca se irritar com nada. Descobri na prática que paciência é um músculo, em local desconhecido pela Ciência, mas que precisa de exercício diário para não perder o tônus. Quanto mais trabalhado, melhor fica.
Exercite-o e respire fundo nos intervalos para não baixar a oxigenação do cérebro e você dizer ou fazer uma besteira.

5. Boa vontade
Essa virtude entra na lista como a antítese da preguiça, esse pecado que costumamos manifestar sem pudor com aqueles que nos são mais íntimos e caros. Sei de gente que faz os maiores sacrifícios pelo vizinho, pelo amigo que mora no exterior, pelo chefe, mas é incapaz de ter boa vontade com o próprio filho. Peralá. Sejamos o melhor de nós mesmos com aqueles que mais amamos. Boa vontade é essencial, da porta da casa pra dentro também.


6. Sabedoria
Para sacar da manga na hora certa uma das cinco virtudes citadas anteriormente.


7. Humildade
Para reconhecer que erramos e pedir desculpas a quem quer que seja – sublinho os filhos – quando falharmos na tentativa de exercitar quaisquer uma das seis virtudes anteriores. E, principalmente, perdoe-se. O segredo é insistir em melhorar.

Então amigas... Espero que tenham gostado desse texto excepcional. É sempre bom lembrarmos que o que nos torna humanos é uma boa dose de delicadeza!!!!

Beijocas da KIKI

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